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Sabia que existem 10 atitudes que o mantém com dívidas? Embora para muitos viver com dívidas é tão normal como acordar de manhã e lavar os dentes, não significa que sendo “normal” seja efetivamente bom para si.

Se se questionar se prefere viver endividado ou ter liberdade financeira com o seu dinheiro, a sua resposta será seguramente a segunda. Ou seja, seria muito melhor viver sem dívidas, e por isso não ter de preocupar com a subida das taxas de juro. Já lhe basta decerto a preocupação com a subida da inflação.

Então se viver sem dívidas será muito melhor, o que o mantém endividado? A resposta está em algumas das “desculpas” consideradas como normais na nossa sociedade.

1 – Viver com dívidas é normal

Esta é a primeira das 10 atitudes que o mantém com dívidas. Viver com dívidas é normal? Será? Dever dinheiro é normal? Pedir emprestado para comprar um eletrodoméstico é mesmo a única maneira de o comprar? Porque não junta dinheiro e compra quanto tiver o valor disponível? Se o fizer não terá de pagar juros.

Precisa mesmo da máquina de lavar roupa hoje? Enquanto junta o valor porque não usa as lavandarias self-service?

Neste momento estará decerto a pensar até pode ser assim nos exemplos anteriores, mas que terá de contrair um crédito habitação para ter uma casa onde morar. Mas não existem mesmo outras opções? Pode sempre optar por arrendar. Já fez as contas de quanto irá pagar de juros na sua casa comprada com crédito habitação? Provavelmente perto do valor de aquisição da casa. Ou seja, em termos monetários esta irá custar-lhe o dobro. E se arrendar não terá de pagar juros ao banco.

2 – Lidar com dinheiro é complicado

Mas não tem de ser. Admitimos que a linguagem das instituições financeiras pode ser complicada, mas para isso existem artigos, como os do nosso blog, que descomplicam e traduzem em conceitos simples os termos financeiros. E se tem alguma questão pode sempre questionar.

3 – Nunca irá ter dinheiro para viver livre de dívidas

Não há nada de mais errado, e é mais uma das 10 atitudes que o mantém com dívidas. Concordamos que irá exigir disciplina da sua parte, mas lembre-se que quando o conseguir deixa de estar refém das alterações da taxa de juro e pode dispor dos seus rendimentos como quiser. Vai seguramente valer a pena e só depende de si.

Veja aqui como Amortizar créditos e melhorar a vida financeira em 2023

4 – Os sacrifícios para liquidar as dívidas não compensam

Será que não compensam mesmo? Se deixar de jantar fora todas as semanas, beber café fora de casa apenas uma vez por dia, não fazer uma viagem a destinos exóticos, comprar marcas brancas, será que isso não compensa que a médio prazo possa viver sem dívidas e dispor do seu rendimento mensal sem se ter de preocupar com a subida das taxas de juro? Certamente que sim. Não dizemos que deixe de viver, apenas que tem a opção de racionalizar as suas escolhas e viver sem preocupações a médio prazo.

5 – Ter um orçamento é limitativo e complicado

Fazer um orçamento mensal não é limitativo. Antes pelo contrário. E não ter um orçamento mensal é mais uma das 10 atitudes que o mantém com dívidas

É fundamental saber qual o seu rendimento mensal, quanto está a gastar e como está a gastar. Liste todos os seus empréstimos e saiba quanto é de facto a sua dívida total. Um orçamento traduz a sua vida financeira, permitindo-lhe ter controlo da mesma.

Analise-o atentamente, veja se existem despesas inúteis e forma de reduzir as prestações mensais dos seus créditos ou mesmo dos seus seguros.

6 – Tenho de manter o estilo de vida que evidencio

Tem mesmo? Se o seu amigo comprou um carro topo de gama, também tem de ter um igual? E para o fazer endividou-se? Nada de mais errado. E já pensou que o seu amigo pode também ter feito o mesmo? Terá mesmo de o imitar no aumento do endividamento?

Se lhe perguntássemos se ele de atirasse da ponte abaixo faria o mesmo, a sua resposta seria certamente que não. Então porque o imita na compra do carro?

Ter de viver das aparências não será certamente o modo certo de vida e pode acabar consigo em situação financeira muito complicada. Viva a sua vida. Não se preocupe com a dos outros.

7 Preciso mesmo de ter agora o que acabei de comprar

Será que precisa mesmo de comprar agora? Não seria melhor juntar dinheiro para comprar sem ter de recorrer a crédito? Ou ao cartão de crédito?

Tem de ter o último telemóvel que foi lançado no mercado, porquê? Lembre-se que quando os seus filhos lhe responde “porque sim”, lhes diz que “porque sim não é resposta”. Aqui aplica-se o mesmo.

8 Usar o cartão de crédito é o mesmo do que usar cartão de débito

Nada de mais errado. Ao usar o cartão de débito para pagar as suas compras estará a gastar do orçamento disponível que tem este mês. Mas ao usar o cartão de crédito estará a usar dinheiro do orçamento do mês seguinte. Ou seja, estará a desequilibrá-lo. E será ainda pior se não tiver o pagamento do saldo do seu cartão a 100%. Aí estará a pagar juros sobre o montante que passar para o mês seguinte, ou seja, o custo total do que comprou será ainda maior. E já viu a taxa de juro que lhe estão a cobrar? O Banco de Portugal divulga trimestralmente as taxas máximas, mas a sua, por ser um cartão antigo, ainda pode ser maior.

Mas mesmo que pague com cartão de débito não irá terá noção concreta do que tem para gastar (a menos que faça o controlo apertado do saldo da sua conta bancária). O melhor será levantar o que tem para gastar no mês e ir pagando a dinheiro. Terá uma melhor visão do que está a gastar e talvez evite gastar ao ver o dinheiro na sua carteira diminuir.

9 Preciso do cartão de crédito para emergências

Precisa mesmo? Se tiver uma avaria no seu carro tem de forçosamente usar o cartão de crédito para pagar? Claro que não. Se tiver um fundo de emergência não terá de o usar. E claro não terá de pagar juros sobre o saldo do seu cartão que não pagar no mês seguinte.

Ter um fundo de emergência é essencial para ser o seu próprio banco. Claro que depois de retirar um valor do fundo terá de o repor. E poderá fazê-lo a prestações, Vê o que poupou em juros? E claro não aumentou as suas dívidas.

10 Poupar é mais importante do que liquidar dívidas

Poupar é importante sim. É importante ter um fundo de emergência com um valor de seis meses de rendimento ou idealmente de doze que lhe permita fazer face a situações imprevistas. Situações essas que podem ir desde a simples avaria da máquina de lavar roupa, a uma avaria do seu automóvel a situações mais graves que impliquem perda de rendimentos como uma doença ou mesmo a situação extrema de desemprego.

Assim em caso de perda de sem rendimentos, ter um fundo de emergência permitir-lhe-á fazer face às suas despesas mensais sem preocupações enquanto resolve a situação. E no caso de ter uma avaria do carro, pagar a reparação sem ter de usar o cartão de crédito ou pedir um crédito pessoal.

Mas poupar acima desse valor deixa de ser mais importante do que liquidar dívidas. Não concorda? Veja quanto está o obter de rendimento pelas suas poupanças e qual a taxa de juro que está a pagar pelos seus empréstimos. Esta última será seguramente mais alta. Assim use a sua poupança extra para liquidar dívidas. Mais rápido ficará livre de dividas e poderá gozar a vida sem sobressaltos.

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