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Este verão, apesar da pandemia, todos continuamos com a necessidade de fazer férias. Devido às restrições muita gente tem adiado a reserva de casa. Mas quando estiver na hora de o fazer lembre-se de seguir alguns procedimentos que lhe podem evitar dissabores e burlas.

A questão das burlas tem sido bastante citada pela defesa do consumidor, e pela imprensa em geral, até porque estes 2 verões atípicos, e a crise económica, trazem, infelizmente, consequências. Fique atento quando for a sua vez de reservar para si, família ou amigos:

Pesquise com calma e desconfie de preços muito baixos

A pressa é inimiga das boas escolhas, como sabemos. Equacione, com calma, as necessidades e preferências de destino e as instalações necessárias a todos os que vão consigo. Quando decidir o destino, veja como estão os preços na zona em vários tipos de plataformas. Se conhecer alguém com boa informação sobre a região, ou que esteja lá, melhor. Lembre-se sempre de que pode haver preços diferentes para ofertas diferentes, mas é estranho haver grandes ofertas com preços muito abaixo da média.

Pesquise em várias plataformas

Uma vez decidido o destino, pesquise com tempo e olhos atentos. Vá das plataformas hoteleiras, às de alojamento local, passando pelos sites do turismo dos municípios e visite também anúncios de particulares. Não se fique pela primeira informação que encontrar. Só o conhecimento do preço que se pede no mercado, nas datas que tem disponíveis, o poderá levar a fazer a uma escolha mais informada e sem surpresas. Lembre-se ainda que as comissões cobradas aos proprietários variam consoante a plataforma, e o mesmo apartamento pode estar anunciado em vários sítios com preços diferentes. Procure a melhor oferta.

Faça a confirmação, antes do pagamento

Há várias estratégias que pode usar para se certificar de tudo. Numa pesquisa na internet, perceba, por exemplo, se há anúncios semelhantes, com as mesmas fotos, ou se há denúncias de burlas sobre aquele anúncio. Confirme a veracidade do anunciado, pedindo outras fotos do interior da habitação, para além das que estão publicadas, e questione sobre os equipamentos ou serviços associados. Garanta, se possível, a identidade do anunciante que falou consigo. Nalguns casos pode tentar contactar a administração do condomínio para se certificar que a pessoa é, de facto, a proprietária do imóvel. Veja ainda se o titular da conta bancária a depositar corresponde à pessoa que falou consigo: basta ir a um terminal de multibanco e simular uma transferência.

Se não obtiver validação do perfil de utilizador durante o processo de registo numa plataforma online, por exemplo, não avance para o pagamento de qualquer reserva de casa, nem autorize pagamentos via cartão de crédito. Se conseguir, fique sempre com um contacto direto do proprietário, para qualquer eventualidade durante a estadia.

Atenção às burlas no Airbnb

O AIRBNB tem muita visibilidade e é, por isso, mais atreito a fenómenos de burla. O site aconselha os utilizadores a fazerem todos os contactos com os proprietários – desde a reserva ao pagamento – na própria página. É que há fraudes em que é fundamental que o utilizador saia da plataforma. Dizendo que a aplicação do Airbnb não funciona bem no seu computador, por exemplo, o proprietário pode convencer o utilizador a manter contacto através de e-mail, WhatsApp ou SMS, acabando o hóspede por fazer o pagamento por fora e sendo burlado. No caso deste site, desconfie se alguém lhe enviar um NIB para que faça uma transferência bancária. Os pagamentos das reservas no Airbnb devem ser sempre feitos na plataforma, que tem um sistema próprio de pagamento. Se algum proprietário lhe pedir o pagamento de forma direta, informe de imediato o site.

Há esquemas que também envolvem o Airbnb, mas que têm origem noutros sites. A partir desses anúncios, com que qualquer pessoa se pode deparar numa pesquisa básica no Google, os utilizadores são levados a clicar em links, acreditando que estão a ser encaminhados para a página oficial do Airbnb. O que acontece é que estas páginas falsas imitam o aspeto da página verdadeira e é fácil ser induzido em erro. Não é, pois, aconselhável abrir links de anúncios que supostamente o reencaminham para o Airbnb, seja através de um anúncio externo à plataforma, ou por via de um link enviado por um suposto proprietário.

A defesa do consumidor aconselha ainda a não enviar dados bancários para emails estranhos de ‘apoio ao cliente’ (como apoio@airbnb-lease.ltd) – se usar o apoio ao cliente, use só o da plataforma oficial e para verificar a veracidade de alguma situação. O mais correto é digitar os endereços oficiais (www.airbnb.com ou www.airbnb.pt ) na barra de endereços e fazer a reserva a partir dali. Outra forma de se defender de fraude digital é encontrar o indicador ‘S’ de ‘Security’, bem como o símbolo do cadeado verde, que indicam que o site onde se navega é seguro. Deve assegurar-se também que o endereço contém ‘https://’ e não contém outros caracteres, palavras estranhas ou erros ortográficos.

Faça reclamação imediata, se precisar

No caso de plataformas online, como o Airbnb, se algo lhe parecer estranho, comece de imediato a fazer ‘printscreen’ das páginas, conversas e contactos online, de modo a poder dirigir-se às autoridades para fazer queixa, já com provas na mão. No caso da casa que reservou não corresponder ao anunciado (pelas fotos ou condições de alojamento), deve pedir o livro de reclamações em formato físico, que os estabelecimentos de alojamento local são obrigados a ter. Há ainda o livro de reclamações eletrónico, que também pode solicitar, sendo que a resposta é mais rápida e demora apenas 15 dias. Boas férias!

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