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Acabar com a dívida do cartão de crédito é o pesadelo de muitas pessoas. A utilização do cartão de crédito tornou-se num gesto comum no nosso dia a dia, e quando o fazemos nem pensamos nas consequências que daí podem advir, muitas vezes verdadeiramente catastróficas para as nossas finanças.

Mas pense. Na altura dos seus pais ou avós existiam cartões de crédito? Na dos seus avós seguramente que não, o que demonstra que é possível viver sem um cartão de crédito.

Nos dias de hoje, o plafond do cartão de crédito é visto por muitas famílias como um rendimento extra, um valor que têm ao seu dispor para além do seu rendimento mensal. Mas lembre-se ao usar o cartão de crédito está apenas a adiar um pagamento. Dito de outra forma, está a gastar de um rendimento futuro. E será que vale a pena? Será que precisava mesmo de fazer essa compra?

Como organizar a sua vida sem o cartão de crédito será tema de outro artigo, neste iremos tentar ajudar a acabar com a dívida que tem no seu cartão de crédito e entrar em 2022 com o pé direito.

Lembre-se é fácil ter dívidas, mas é mais difícil sair delas. Mas vamos por partes.

O que tem de saber já sobre o cartão de crédito

Os cartões de crédito têm associado um plafond, ou seja, um limite de crédito, definido pela entidade emissora do cartão, tendo em conta os seus rendimentos e consequentemente a sua capacidade de endividamento. É este valor que é muitas vezes considerado pela famílias como rendimento extra.

Têm um período de crédito gratuito, entre o momento em que faz a compra e o que tem de pagar a dívida, com duração máxima entre os 20 e os 50 dias, dependendo do contrato do cartão de crédito

Depois há o pagamento do saldo em dívida do seu cartão (a sua conta-cartão). Este pode ser feito em duas modalidade: na sua totalidade (ou seja a 100%) ou parcial.

E é aqui que reside o maior perigo. Na primeira modalidade não paga juros, já que na data de pagamento irá pagar a totalidade da sua dívida na conta cartão. Mas na segunda, irá pagar juros sobre o montante que não liquidar. E este podem ser elevados.

O pagamento parcial não o deixa acabar com a dívida do cartão de crédito

Ao contratar o seu cartão de crédito fixou o montante que queira pagar em cada mês. O pagamento pode ser total ou parcial, sendo que o parcial representa uma percentagem do valor em dívida na data do pagamento ou um valor fixo.

Isto significa que sobre o montante que ficou a dever, no mês seguinte irá pagar juros. Mas já fez as contas de quanto irá pagar de juros? E em quanto lhe vai ficar no final a compra que acabou de fazer?

As taxas de juro sobre o montante em dívida são impedimento para acabar com a dívida do cartão de crédito

As taxas de juro máximas que os emissores dos cartões podem aplicar aos montantes em dívida são fixados trimestralmente pelo Banco de Portugal. Para o 1º trimestre de 2022 a taxa máxima é de 15.7%.

No entanto, note que esta taxa de juro apenas se aplica a novos cartões. Ou seja, se quando adquiriu o seu cartão a taxa estava mais alta, ela não se altera. Por exemplo, o meu cartão tem uma taxa de 27,350%.

Vejamos um exemplo com o meu cartão

Imagine que tenho acordado um pagamento parcial de 20%. Se fizer uma compra de 100€, irei pagar na data da fatura 20€, ficando em dívida 80€

Na fatura seguinte o valor em dívida será de 80€ + (80€ x27,350%), ou seja 101,88€. Teria uma dívida maior do que o valor inicial. Iria liquidar 25,47€ e iria ficar em dívida 76,41€.

E o ciclo repetia-se. E isto sem ter feito novas compras. Os seja a minha dívida ia continuar sem de facto a estar a amortizar.

Se é esse o seu caso chegou a altura de acabar com essa dívida. Que pode fazer?

9 Dicas para acabar com a dívida do cartão de crédito

1 Analise o extrato do seu cartão de crédito para poder acabar com a dívida

Pegue no extrato do cartão de crédito e veja:

  • o valor que tem em dívida e o pagamento
  • o tipo de pagamento parcial que acordou
  • a taxa de juro do seu cartão
  • quanto lhe irá ser debitado na data de pagamento da fatura
  • veja como pode fazer pagamentos adicionais (normalmente vem no seu estrato uma entidade e referência para que o possa fazer)

2 Não faça compras este mês com o cartão

A primeira ação é fixar o montante da sua dívida. Isto é não aumentar a sua dívida sem novas compras.

3 Evite gastos desnecessários e ponha esse dinheiro de lado

Este mês evite gastos desnecessários. Se tinha pensado ir jantar fora e gastar 25€, não vá. Jante em casa e ponha o dinheiro de lado para amortizar a sua dívida

4 Reduza os gastos habituais

Toma 2 cafés por dia na rua a 0,70€ cada? Tome apenas 1, ao final do mês consegue ter de lado mais 21€ para amortizar a sua dívida

5 Venda o que já não precisa

Faça uma limpeza do seu roupeiro e dos seus armários. Venda em sites online o que já não precisa. O dinheiro que fizer ponha de lado. Servirá para reduzir a dívida.

6 Compre produtos de marca branca

No supermercado não compre a sua marca habitual de, por exemplo, detergente da roupa ou loiça. Compre marca branca. Veja os preços e a diferença guarde para amortizar a dívida.

7 Antes da data de pagamento veja quanto já juntou

No extrato deverá constar a data até quando pode fazer amortização adicional do valor.

Dois dias antes, faça as contas ao que conseguiu juntar e amortize.

Lembre-se que o valor acordado para pagamento será sempre debitado.

8 Reveja o seu extrato

Quando vir o seu extrato verá que a sua dívida já desceu significativamente.

Nesta altura pode decidir mudar o montante mínimo de pagamento, ou não.

Mas o importante é que repita estes passos até que a sua dívida se encontre totalmente saldada.

9 Imponha como objetivo aumentar o valor amortizado

Vai ver que vendo no primeiro mês a redução da dívida irá querer fazer mais no mês seguinte. Estabeleça como objetivo que nesse mês irá amortizar mais.

Em conclusão

É tudo uma questão de atitude e mudar hábitos de vida. Mas seguramente irá conseguir acabar com a dívida do cartão de crédito rapidamente. Depois é só viver sem o cartão de crédito.

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