Tem dinheiro disponível e pondera amortizar o seu crédito habitação? Neste artigo vamos ajudar a tomar a decisão mais adequada, não esquecendo que a decisão de amortização não é apenas uma decisão financeira e matemática, mas muitas vezes uma decisão emocional. Vale a pena amortizar o crédito habitação? E outros créditos?
Já viu o que aconteceu as taxas de juro?
Como terá constatado, as taxas de juro têm-se mantido a valores muito baixos e, em alguns casos, em valores negativos. Este comportamento é sintoma de problemas económicos e financeiros na Europa (sobre os quais não nos iremos deter) mas tem duas implicações:
- O custo dos créditos caiu para valores muito baixos;
- O retorno das aplicações financeiras sem risco, como os PPR ou depósitos a prazo, foi para perto de zero.
A relação entre o custo dos seus créditos e o retorno das aplicações financeiras poderá ser um fator-chave para a resposta à pergunta sobre a amortização do crédito. Mas já lá iremos.
Tem Liquidez Disponível?
A primeira pergunta que tem de se colocar é se tem a liquidez disponível para amortizar o seu crédito. Neste caso, não falamos de eventuais poupanças de baixo valor que possam existir pois é fundamental não esquecer que antes de amortizar o seu crédito tem de possuir um fundo de emergência para acautelar eventualidades no futuro.
Se tem o seu orçamento familiar controlado, se já tem um fundo de emergência estabelecido então poderá fazer sentido passar para as próximas perguntas. Se não tem, sugerimos que veja como equilibrar o seu orçamento familiar para se libertar espaço para a poupança.
Qual o Retorno das Aplicações Sem Risco Atualmente?
A segunda questão a dar resposta já foi parcialmente respondida acima. Deveremos procurar conhecer quais as taxas de retorno das aplicações sem risco. Por exemplo, ao contratar um depósito a prazo sabe que a taxa de juro é zero. Já se procurar um pouco mais de retorno, poderá apostar em seguros de capitalização ou PPR em formato de seguro, onde terá taxas de retorno perto de 1%. Não falamos nestas taxas das estratégias de marketing de alguns bancos que promovem contas bancárias com taxas promocionais perto de 2% a 3 ou a 6 meses.
Qual a Taxa de Juro dos Meus Créditos?
A terceira pergunta consiste na identificação de todos os seus créditos e das taxas de juro que suporta em cada um deles. Para uma melhor identificação dos créditos do seu agregado familiar sugerimos que consulte o seu mapa de responsabilidades de crédito e o do seu cônjuge – precisa apenas do seu número de identificação fiscal e da senha de acesso ao portal das finanças.
Depois de identificados os seus créditos deverá ver no seu homebanking ou nos seus extratos bancários quais as taxas de juro que paga em cada um dos créditos e eventuais comissões de amortização antecipada.
Como Escolher?
Depois de recolhida a informação deverá utilizar o nosso simulador de amortização de créditos e perceber qual a alternativa que é mais vantajosa, nunca esquecendo:
- A poupança paga impostos e a redução das dívidas não;
- A redução das dívidas deve ser visto como um investimento de longo prazo com retorno imediato;
- Se precisa de dinheiro no curto prazo pode não fazer sentido amortizar dívidas com taxas de juro mais baixas pois se vier a precisar do dinheiro terá de se endividar;
- Se não tem disciplina para poupar é mais vantajoso amortizar créditos mesmo que a taxa seja baixa – mais vale um pássaro na mão…
O Que Concluir?
Se já tem um fundo de emergência e se não prevê vir a necessitar do seu dinheiro no curto prazo a alternativa pela amortização de alguns créditos pode ser muito benéfica. Naturalmente que quanto maior a taxa do seu crédito mais atrativa será a redução do endividamento. Assim, se tiver créditos com taxas superiores a 5%-7% será sempre mais vantajoso amortizá-los.
Se tiver crédito habitação com spreads antigos (abaixo de 1,3% de spread) fará sentido manter a sua poupança ou constituir contas poupança com prazo até 5 anos (onde as taxas são mais interessantes). No final do prazo veremos como estará a EURIBOR pois poderá fazer sentido amortizar nessa altura. Neste caso nunca valerá a pena amortizar o crédito.
Tem Créditos Mas Não Quer Amortizar?
Se tem créditos mas não os quer amortizar por uma questão de prudência ou por qualquer outro motivo mas se desejava baixar as suas prestações poderá fazer sentido conhecer a consolidação de créditos. Em vários casos é possível baixar as taxas de juro do seu crédito e as prestações sem ter de fazer um novo crédito. E acredite que é mesmo possível baixar as suas prestações financeiras.