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Por incrível que pareça, mesmo depois de termos atravessado por uma das maiores crises da economia nacional, o nível de poupança dos portugueses é dos mais baixos que há registo. Como interpretar isto?

Tem havido mais consumo do que rendimento, sendo que este aumento do consumo é suportado em grande parte pelo endividamento (estamos com níveis de crédito ao consumo semelhantes a 2008). Algumas pessoas argumentam que agora não vale a pena pôr o dinheiro nos bancos, pois os Melhores Depósitos a Prazo (DP’s) não estão a dar retorno (há bancos cuja taxa de juro de DP’s é de 0%!).

As Taxas de Juro Dos Depósitos a Prazo Continuam a Cair

Os dados divulgados este mês pelo BCE dizem-nos que a taxa de juro média dos DP’s em Portugal é de 0,35%, ou seja, menor do que a inflação. Se a nossa decisão de poupança passar em exclusivo por este tipo de produtos, então é quase igual a ter o dinheiro debaixo do colchão (talvez por uma questão de segurança não compense ter o dinheiro em casa!).

O que estes dados nos devem levar a refletir é que se queremos aplicar o nosso dinheiro temos de estar dispostos a correr algum risco. Não estou a fazer uma apologia para as pessoas aplicarem o dinheiro todo num produto com risco e esperar pela sorte. Nada disso! O dinheiro custa muito a ganhar e não podemos olhar para os investimentos como um “jogo”.

Investir e Diversificar

A palavra de ordem será sempre a diversificação. Só desta forma conseguiremos distribuir o risco e garantir que não vamos perder as nossas economias. Como diz o ditado popular, é necessário “não colocar os ovos todos no mesmo cesto”. Se tem dinheiro disponível não precisa de gastar todo no consumo, ter tudo em produtos sem risco, ou aplicá-lo todo num só produto financeiro. É necessário refletir antes de investir e saber dispersar o risco que terá de correr.

Será Que Devemos Continuar a Endividar-nos?

Fica-nos uma questão. Será que devemos continuar a endividar-nos e a comprometer o futuro? Não nos esqueçamos de que a dívida é a antecipação do consumo do futuro para o presente. Vamos ter de devolver o dinheiro. E o problema surge quando temos imprevistos ou quando temos cortes de rendimento. Nessa altura teremos de cortar custos, poupar dinheiro noutras coisas (por vezes em despesas essenciais)… não será fácil.

Nota: Artigo adaptado de crónica da Reorganiza no Jornal Destak

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