Como pais pode ajudar o seu filho a escolher a sua área vocacional, mas lembre-se, está em causa a felicidade dele, portanto ele deverá ter sempre a última palavra. E no Dia Nacional do Estudante, que se celebra a 24 de março é uma boa altura de se debruçar sobre o tema.
Perto do final do 9º ano de escolaridade é altura dos nossos filhos escolherem a área para seguirem durante o secundário. É certo que alguns deles já sabem qual a área que gostariam de seguir, mas outros não, e para estes a altura pode ser de grande ansiedade.
Mas voltemos um bocadinho atrás, aos que já sabem o que querem seguir. Será que sabem mesmo? Será que estão a escolher a área porque é tradição familiar, porque não se quererem separar dos amigos ou porque é verdadeiramente aquilo que gostam? É aqui que o papel dos pais é fundamental no tentar ajudar a decifrar a razão da escolha.
Para os que estão indecisos o nosso papel como pais será ajudar a que os nosso filhos entendam o que verdadeiramente querem. Não será impor o que preferíamos que eles seguissem, trata-se de os orientar para que possam escolher.
Em suma, os pais têm um papel fundamental, mas também muitas vezes não sabemos como o fazer. E é nisso que vamos tentar ajudar.
1 Tranquilize-o pois nada é definitivo
A ansiedade pode ser um fator critico nesta altura. Ter a pressão de escolher uma área e o curso aos 14, 15 anos pode ser um peso muito grande. Achar que se está num momento crucial e que uma escolha errada pode comprometer um futuro universitário ou profissional pode ser devastador.
Mas descanse-o dizendo que hoje em dia nada é definitivo. E muito menos nessa altura do seu percurso académico, já que mudar de área de estudo, de curso e de emprego é algo cada vez mais comum. Já para não falar que existem profissões que vão ganhando ou perdendo importância com o passar dos anos.
E é também certo com o crescimento e amadurecimento muitas vezes os gostos e as ambições profissionais se alteram, pelo que como pais temos de os preparar para as mudanças no percurso académico e profissional.
2 Ajude-o a descobrir-se a ele mesmo
Não importa as notas que o seu filho tem, o que gostaria que ele seguisse, os sonhos que tem para ele no futuro. Lembre-se que o mundo está em constante mudança. Uma profissão que considera muito segura hoje pode já não existir amanhã. E o que mais quer é que ele seja feliz, certo?
Então parta daí. Tente ajudar o seu filho a pensar no que o faz feliz, esquecendo as notas que teve em determinada disciplina.
Peça-lhe para escrever num papel o que mais gosta de fazer na escola, quais as atividades que lhe deram mais prazer fazer, o que considerou mais interessante, os temas que acha que deviam ter sido mais desenvolvidos. E não se esqueça de hobbies e ocupação dos tempos livres.
Este simples (mas complexo) exercício permitirá ao seu filho ficar com uma melhor ideia das suas motivações.
3 Ajude-o a analisar as competências que tem
No mercado de trabalho hoje valorizam-se as soft skills até por vezes mais do que as classificações académicas, pelo que ajudar o seu filho a analisar e a desenvolver as suas competências é importante.
Aqui ajude-o a perceber se tem autonomia, confiança, flexibilidade, capacidade de trabalhar em grupo, capacidade de planear, curiosidade, resistência e resiliência.
Identificadas as capacidades é altura de ajudar a desenvolvê-las por forma a que sejam uma mais valia e um suporte no seu percurso académico e profissional.
4 Não olhe para as notas
Parece estranho não? A nossa ideia de que as disciplinas a que os nossos filhos têm notas mais altas deverão ser as que devem escolher, segundo os especialistas, é uma ideia errada. Até porque são muitas vezes determinadas pela relação com o professor ou com o modo como são dadas as aulas. E muitas vezes as dificuldades resolvem-se quando se muda de professor ou se tem um explicador.
Assim, as notas académicas não podem ser fator determinante, apesar de muitas vezes daram uma indicação dos gostos do seu filho.
5 Incentive-o a pesquisar sobre cursos e profissões
Ter informações sobre os cursos que existem e sobre as profissões que poderá ter é mais uma ajuda na tomada de decisão do seu filho.
Incentive-o a pesquisar sobre os cursos universitários, a falar com pessoas das mais diversas profissões, a ir às atividades que algumas universidades fazem durante o verão para divulgar os seus cursos. Tudo poderá ajudar.
No site da DGES poderá encontrar todos os cursos públicos que existem atualmente. Mas os privados terá de pesquisar diretamente nas faculdades.
6 Se quiser leve-o a fazer um prova de orientação vocacional
A maioria de escolas têm psicólogos para ajudar os alunos nos processo de orientação escolar e vocacional, tendo em vista dotá-los de estratégias e competências que os permita tomar uma decisão informada e conscientes. Mas poderá também recorrer a centros especializados nestes processos.
O processo de orientação vocacional consiste num conjunto de testes psicotécnicos que visam o autoconhecimento do jovem centrando-se nos seus interesses, aptidões, motivações, valores bem como traços de personalidade como a autoestima e a capacidade de tomar decisões.
Estes testes são completados com conversas com o psicólogo com o qual o seu filho irá explorar os seus interesses e capacidades tendo em vista fazer uma melhor escolha a longo prazo.
7 Lembre-se a decisão é do seu filho
A decisão final tem de ser do seu filho, já que não gostaríamos de vir a ser acusados de termos decidido o seu futuro contra a sua vontade, ou de não termos feito tudo o que estava ao nosso alcance para o ajudar.
Lembre-se que o seu objetivo é que ele seja feliz.