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Um dos grandes desafios que enfrentamos e que nos dificulta poupar dinheiro é a falta de autocontrolo. Podemos ter grandes resoluções e definir grandes objetivos mas depois, quando tentamos “passar à ação” não conseguimos. Neste artigo vamos mostrar-lhe como a economia comportamental pode ajudar a poupar mais dinheiro.

O que fazemos ao nosso dinheiro?

Ao recebermos dinheiro temos de decidir o que lhe vamos fazer. A primeira reação passa por liquidar as contas que entretanto caíram (já pensou porque é que as instituições nos debitam a conta perto da data de recebimento do nosso salário?). De seguida, uma grande percentagem de famílias opta por deixar o dinheiro na sua conta à ordem para fazer face às despesas que estão previstas ao longo do mês.

Vemos claramente que nesta organização não estamos a dar prioridade à poupança mas antes priorizamos a despesa. É natural que tenhamos de honrar os nossos compromissos e ainda bem que isso acontece. No entanto, ao não atribuirmos prioridade à poupança como é que queremos poupar dinheiro efetivamente?

Como organizamos a nossa riqueza?

A organização da nossa riqueza é fundamental para podermos ter um maior controlo sobre os nossos comportamentos e sobre o nosso dinheiro. Shefrin e Thaler propõem uma hierarquização de contas bancárias com a qual nos identificamos:

  1. Conta do dia-a-dia (current assets) – A conta que mais usamos e que se destina a fazer face às despesas correntes. Tipicamente o dinheiro está na conta à ordem e poderá estar também aplicado em produtos financeiros com grande liquidez como sendo determinadas contas poupança (alguns bancos remuneram a conta à ordem, apesar da taxa de juro ser muito reduzida).
  2. Conta de poupança (current wealth) – Uma conta cuja mobilização é menos tentadora do que a conta do dia-a-dia mas que mesmo assim costuma ser movimentada para emergências ou outras despesas. Uma conta de poupança que aplica o capital em alguns produtos de poupança e de investimento.
  3. Poupança na casa (home equity) – É curioso que muito poucas pessoas considerem o pagamento do seu crédito habitação como uma forma de poupança. Isto deve-se ao desconhecimento de que uma parte do valor pago ao banco são juros e outra é amortização de capital. Na prática, estamos a constituir uma poupança forçada, que cresce todos os meses e que representa a principal poupança das famílias portuguesas.
  4. Poupança para a reforma (future income) – Uma poupança cuja necessidade é crescente mas que mesmo assim continuamos sem ter essa consciência. As contas de poupança para a reforma são arrumadas num canto do nosso cérebro o que nos leva muitas vezes a esquecermo-nos que temos o dinheiro poupado. Uma conta poupança que tipicamente temos muita relutância em movimentar, apesar de que com a crise tenha crescido o resgate dos PPR para amortização dos créditos habitação (sintoma de crise ou de miopia?).

Como poupar mais dinheiro?

Os autores referenciados anteriormente falam-nos da necessidade de passar as nossas poupanças para contas mentais que sejam menos líquidas. Ou seja, se queremos poupar dinheiro temos de tirar o dinheiro das nossas contas correntes e aplica-lo nas restantes contas, com especial destaque nas contas para a reforma.

Nesta fase podemos ser tentados a pensar que não conseguimos poupar (talvez faça sentido conhecer algumas estratégias para poupar dinheiro). No entanto, dizem-nos estes especialistas que nos seus estudos as pessoas que poupam para a reforma não retiram o dinheiro das suas contas de poupança. Ou seja, ao aplicar dinheiro na reforma estão a aumentar as suas poupanças como um todo. Talvez porque apliquem mais dinheiro da conta corrente no longo prazo?

Quais os produtos a constar da conta poupança reforma?

Sendo horizontes temporais mais alargados é fundamental encontrar os produtos financeiros que aproveitem ao máximo os benefícios que existem. Assim, é importante considerar:

  • Risco – Quanto maior o horizonte temporal maior o risco que deveremos assumir pois diz-nos a história que o risco é compensado por maiores níveis de retorno;
  • Eficiência fiscal – Os produtos financeiros de longo prazo são desenhados com uma grande preocupação com a eficiência fiscal. Sugerimos que consulte os PPR e os seguros financeiros cuja taxa de imposto é muito inferior à taxa praticada nos restantes produtos.

Agora é só começar. O primeiro passo é vencer a inércia. Depois acabamos por nos adaptar e conseguimos atingir os nossos objetivos.

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