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Quase que diariamente, nos mais diversos locais que frequentamos, é conversa temas sobre investimentos com o propósito de descobrir e partilhar as melhores dicas e recomendações sobre onde investir e como investir.

Na grande maioria desses encontros de ideias onde muitos aforradores e investidores menos experientes tomam decisões (típicas decisões de café) financeiras é possível ouvir-se perguntas e afirmações do tipo, o que fazer em momentos de crise, ou ainda, os mercados estão muito instáveis e hoje ganha-se amanhã perde-se.

Bem, os ciclos recessivos são normais em economia, só assim é possível dizer que existem ciclos expansivos. Se não existissem crises não saberíamos o que era crescimento, por exemplo.

Relativamente à afirmação, temos outra dualidade inevitável, ganhar e perder, subir e descer, valorizar e desvalorizar.

investir bolsa

Assim sendo, nos investimentos e precisamente na tomada de decisão sobre onde investir e como investir, as dualidades tem que ser, desde do primeiro momento, uma realidade aceite por qualquer investidor.

Os investidores profissionais ou os mais experientes possuem esta realidade bem presente nas suas decisões de investimento e procuram ativamente identificar fatores que influenciam direta ou indiretamente estas dualidades nos investimentos. Todavia, nem todos os investidores possuem a capacidade de monitorizar tais fatores, não porque não possuam potencialidades para, mas porque não possuem os meios e, em muitos, o conhecimento necessário (podem adquirir).

Nos investimentos, definitivamente todos somos leigos, de opinião formada e sem garantias. Isto somos nós, mas as nossas carteiras de investimento não necessitam de replicar o nosso comportamento mental em relação aos investimentos.

Onde investir e como investir é o processo de tomada decisão que poderá ser acertada ou nem tanto assim, no entanto, gerir uma carteira de investimentos é algo que exige disciplina, método e análise. Por incrivél que pareça é algo que está ao alcance de todos, mesmo dos que nada pouco sabem sobre investimentos.

Como Gerir uma Carteira de Investimentos

Um dos livros mais claros que li sobre investimentos nos últimos tempos, quer dizer, em 2013, foi o ebook Alocação de Ativos que, quer acreditem ou não, é um excelente guia para investidores iniciantes e mesmo experientes.

O que vou falar hoje com o objetivo de demonstrar uma simples técnica de gestão de carteiras de investimentos, encontra-se bem fundamentada no ebook Alocação de Ativos, e consiste na técnica de Rebalanceamento de carteiras de investimento.

Vamos por partes:

Rebalancear significa criar uma estratégia de alocação de ativos que servirá de base a todas as decisões futuras de investimento.

Uma forma simples de compreender a técnica é pensar nas recomendações dos analistas para organização das finanças pessoais no que respeita aos investimentos.

Por exemplo, no nosso artigo sobre como criar uma estrutura em finanças pessoais, identificamos uma potencial estratégia de alocação do rendimento mensal por diversas rubricas das finanças pessoais, valorizando a segurança e o equilíbrio financeiro futuro.

Revitalizando o exemplo, teríamos uma distribuição pelas rubricas de despesas e encargos, fundo de emergência, reforma, poupanças e créditos. Nos investimentos, mais propriamente em alocação de ativos, o conceito é mesmo, como por exemplo, produtos sem risco, de risco baixo, risco moderado e alto risco.

Nestas classes podem constar produtos como depósitos a prazo, fundos de investimento, obrigações, ações, entre outros. O objetivo é a totalidade do património financeiro possuir uma distribuição de acordo com o perfil de risco.

Pessoalmente, todo o meu património financeiro encontra-se alocado da seguinte forma:

  • Produtos sem risco (Depósitos a prazo e outros) : 40%;
  • Produtos de baixo risco (maioritariamente fundos de investimento e algumas obrigações) : 20%;
  • Produtos de risco moderado (Obrigações) : 15%;
  • Produtos de risco elevado (ações) : 15%.

Se me perguntarem o porquê que efetuo esta distribuição, respondo simplesmente que é o meu perfil atual de risco. A correta alocação do seu património, ou seja, aquela distribuição pela qual se sente confortável é única e exclusiva e é um espelho do seu perfil de risco.

Retomando o conceito de alocação de ativos, estima-se e muitos especialistas defendem que uma correta alocação é responsável por mais de 90% do retorno de uma carteira. Partindo deste principio, a parcela do seu património que disponibiliza para depósitos a prazo, obrigações, fundos de investimento ou ações, é mais importante do que o fundo de investimento que escolhe ou as ações que pretende comprar.

Dai que é aceitável que o conhecimento profundo do ativo não é assim tão responsável pelo sucesso da carteira de investimento, na verdade e segundo especialistas, representa apenas 10% desse sucesso.

Voltando aos nossos exemplos vamos procurar entender como gerir um carteira de investimento deste tipo sem necessitar de muito esforço, análise, dedicação e até conhecimento na área.

Rebalancear a Carteira de Investimento

A técnica de rebalanceamento, muito bem explicada e fundamentada no ebook Alocação de Ativos, tem como foco a disciplina. Por outras palavras, procura eliminar alterações emocionais nos investidores, ou seja, aquelas decisões de “cabeça quente”.

No mercado, os investidores costumam possuir decisões similares, como por exemplo, todos decidem vender quando o ativo desvaloriza e todos decidem comprar quando o ativo valoriza.

A técnica de rebalanceamento de carteira elimina este “efeito Rebanho” pois a disciplina da técnica não permite tais decisões precipitadas.

ETF - Exchange Trade Funds

Simplificando o conceito de rebalanceamento recordemos o meu exemplo pessoal de investimentos. Como pode verificar possuo uma distribuição percentual da carteira, o que significa que, de acordo com o meu perfil de investidor, estou disposto a correr um risco moderado nos meus investimentos.

O total dos meus investimento é 100% e a sua distribuição é a minha estratégia de investimento, ou seja, a minha alocação inicial.

Existem duas técnicas de rebalanceamento da carteira de investimentos, a técnica de rebalanceamento por calendário (a que utilizo) e a técnica de rebalanceamento percentual.

A técnica de rebalanceamento percentual é definitivamente a que mais tempo exige do investidor, pois o seu objetivo é ajustar a distribuição do património em função da valorização ou desvalorização da estratégia.

Vejamos:

Imagine que possui uma distribuição simples do seu património com a seguinte estratégia:

  • 70% em produtos sem risco (Ex: depósitos a prazo);
  • 30% em produtos de risco elevado (Ex: ações)

Sempre que esta estratégia altera-se deverá rebalancear a sua carteira para a posição original. Colocando em valor a nosso exemplo:

  • 70 000 euros em produtos em risco;
  • 30 000 euros em ações.

Ocorre uma desvalorização da carteira de ações para 29 000 euros e uma valorização dos produtos de sem risco para 70 500 euros. Apesar do seu património desvalorizar 500 euros a sua estratégia possui a seguinte distribuição:

  • 71% em produtos sem risco ( 70500/(70500+29000))
  • 29% em produtos de risco (29000/(70500+29000)).

A distribuição está diferente da estratégia original de 70/30, logo teremos rebalancear a carteira retirando 850 euros dos produtos sem risco para investir na carteira de risco, obtendo:

  • 70% de Produtos sem risco | 69 650 euros;
  • 30% em Produtos de risco | 29 850 euros.

Assim estará a comprar ativos de risco na baixa para retomar à sua estratégia inicial.

O processo de rebalanceamento é idêntico em ambas as técnicas, no entanto a frequência com que efetua tal rebalanceamento é diferente. No rebalanceamento percentual podem ocorrer diversas vezes durante um período curto de tempo, pois a monitorização da carteira exige tal equilíbrio a todo o momento.

Esta frequência torna a estratégia extremamente consumidora de tempo.

É certo que muitos utilizadores desta estratégia criam intervalos ou desvios aceitáveis, isto é, aceitam que os seus ativos valorizem ou desvalorizem dentro de um intervalo pelo qual não será efetuado qualquer rebalanceamento.

Por exemplo, um intervalo de ( 5%;-5%). Se a carteira valorizar 4%, não será efetuado rebalanceamento, mas se valorizar 5,1% então é necessário equilibrar a carteira, retomando à estratégia original.

A técnica de rebalanceamento por calendário é extremamente simples e não consumidora de tempo, pois passa pela definição temporal de rebalanceamento, como por exemplo, mensal, bimensal, trimestral, semestral ou até anual.

Pessoalmente utilizo o rebalanceamento mensal, ou seja, a cada mês avalio como se encontra a minha estratégia e caso haja desvios (existem sempre) efetuo diversas operações até retomar ao equilíbrio inicial.

Finalizando

Como é possivel verificar é possivel investir sem necessitar de ser um expert em investimentos, na verdade, o que realmente necessita de saber é qual a sua estratégia de investimento e se essa estratégia de investimento está enquadrada com o seu perfil de risco.

Rebalancear uma carteria de investimentos é exactamente manter a sua estratégia inalterada e assim de acordo com o seu perfil de investimento. Deste modo, nunca sentirá a pressão do mercado nos seus investimentos, pois sabe que eles reflectem o seu perfil de risco.

 

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