Se tem algum dinheiro de parte com grande probabilidade já conhece os depósitos a prazo. Neste artigo vamos abordar os principais tópicos em torno destas ferramentas de poupança. No final, estará mais confiante na possibilidade de aplicar o seu dinheiro em depósitos a prazo.
O que são depósitos a prazo
Os depósitos a prazo são um dos produtos de aforro mais populares em Portugal, especialmente porque somos um povo avesso ao risco. Infelizmente, nas nossas formações perguntamos às pessoas o que são depósitos e a maioria não percebe que é uma forma de nos tornarmos o banco do nosso banco. Ou seja, de emprestar dinheiro ao Banco, com todas as consequências que daí advêm.
Um depósito a prazo é um contrato que une o Banco a um cliente aforrador, seja ele um cliente particular ou empresa. Neste contrato, é definido um conjunto de direitos e deveres, nomeadamente:
- Montante do depósito, existindo normalmente um mínimo de constituição mas não um máximo (exceção serão alguns depósitos promocionais);
- Prazo do depósito, altura em que vence o contrato;
- Taxa de juro contratada.
Porque existem depósitos a prazo
Os depósitos a prazo são uma das formas mais interessantes de os bancos se financiarem a baixo custo. Assim, os clientes deixam o dinheiro junto do banco (depósitos a ordem, tipicamente não remunerados) ou aplicam o dinheiro em depósitos a prazo. Em ambos os casos, o custo para o banco é bastante inferior ao custo de se financiar nos mercados financeiros.
Os depósitos a prazo têm risco?
Todos os produtos de crédito (neste caso, crédito do banco junto do aforrador) têm um risco associado, que é o risco de o Banco ir à falência. No entanto, para dar a confiança aos aforradores para depositarem o dinheiro no banco e com isso fazer chegar o dinheiro à economia, foi criado um Fundo de Garantia de Depósitos (FGD). O Fundo de Garantia é uma garantia tácita que é dada aos aforradores que em caso de falência do banco existe um capital disponível para pagar aos depositantes. Dizemos garantia tácita pois a falência de um banco pode ter um efeito sistémico que faz com que não exista capital suficiente para pagar a toda a gente, daí as polémicas ajudas estatais que existiram em Portugal há uns anos.
Podemos dizer que na maioria dos casos a aplicação de dinheiro em depósitos a prazo não tem risco. O capital é garantido pelo Balanço do Banco e pelo FGD até aos limites estabelecidos (depois da intervenção da Troika subiram para 100.000€ por titular e por banco).
Porquê fazer depósitos a prazo
Os depósitos a prazo podem ser boas soluções de aforro para quem não quer assumir riscos ou para determinados objetivos de aforro. Assim, destacamos alguns motivos para constituir um ou vários depósitos a prazo:
- Constituir o seu fundo de emergências, que deve estar aplicado em produtos sem risco e com mobilização imediata, mesmo que com perda de parte ou da totalidade do juro corrido;
- Criação de hábitos de poupança, sendo uma ótima forma de perceber como funciona os produtos de poupança, os juros, os impostos associados;
- Conferir estabilidade a uma carteira de investimento e servindo de reserva de capital para aproveitar oportunidades de investimento que surjam com a queda dos mercados;
- Evitar gastos desnecessários, pois dinheiro aplicado em depósitos a prazo está segregado da conta à ordem e evita tentações de consumo.
Como escolher um depósito a prazo?
A escolha do depósito a prazo deve ter em consideração um conjunto reduzido de fatores:
- Credibilidade da instituição financeira, devendo escolher bancos sólidos e confiáveis;
- Prazo do depósito, que deve estar enquadrado com o prazo em que irá necessitar do capital de modo a evitar ter de mobilizar o dinheiro antecipadamente e perdendo os juros corridos;
- Taxa de juro, que pode ser negociada com o banco tendo em consideração o envolvimento do cliente, o montante do depósito, o prazo a contratar e a possibilidade de o cliente mudar o dinheiro para outras paragens.
Os depósitos promocionais valem a pena?
Existe no mercado um conjunto de bancos que faz campanhas de depósitos a prazo promocionais, com taxas de juro mais elevadas para prazos curtos. Tendemos a dizer que estes depósitos não valem o esforço de abrir uma nova conta simplesmente para se fazer este depósito. Se reparar, a diferença do juro para prazos curtos será de poucos euros. Valerá o esforço? Com grande probabilidade não, mas é fazer as contas.
Existem alternativas aos depósitos a prazo?
Referimos atrás que os depósitos a prazo são soluções muito populares em Portugal, especialmente porque somos avessos ao risco e porque o ser humano é preguiçoso. Não se ofenda, mas muitas vezes temos alternativas mais interessantes para aplicar o nosso dinheiro mas como dão muito trabalho acabamos por não as aproveitar. E isto acontece muito com a relação bancária, tanto no que toca aos depósitos a prazo como na inércia do cliente quando o banco sobe comissões (há bancos que não cobram comissões mensais) ou mesmo no caso do crédito habitação.
Se não quer assumir riscos:
- Seguros de capitalização, soluções com capital e taxa de juro garantida e com um enquadramento fiscal muito mais interessante do que os depósitos a prazo, especialmente para prazos de poupança mais alargados;
- Certificados de aforro, soluções de poupança do Estado que têm taxas de juro interessantes, não têm risco e permitem o investimento com baixos montantes (o mínimo são 100€);
- PPR, existindo alguns também com capital e taxa de juro garantida, sendo o imposto sobre os lucros muito mais baixo do que outras alternativas.
Se pode assumir um pouco de risco:
As companhias de seguros têm cada vez mais soluções interessantes para a aplicação do capital. Uma delas confere uma garantia de capital de até 95% e sem limite de ganho. Se quer conhecer esta solução, envie-nos um email e teremos todo o gosto em apresentar esta solução de investimento.
Evite este erro fatal
Muitas pessoas têm depósitos a prazo que lhes pagam taxas de juro de 2% ou de 3% e acumulam dívidas de cartões de crédito ou de descobertos da conta ordenado. Evite este erro. Não faz qualquer sentido receber 2% e pagar 18% pela dívida de cartão de crédito. O que deve fazer é resgatar o depósito e liquidar a dívida do cartão. Se no futuro precisar de novo de poupanças volte a usar o cartão de crédito. Mas financeiramente é algo que faz pouco sentido.