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Na próxima terça-feira, dia 31, celebra-se o Dia Mundial da Poupança. Vivemos um tempo em que todos os dias é um “dia de alguma coisa”, por isso podemos correr o risco de passar por esta efeméride sem alcançar o significado mais profundo da sua celebração.

A necessidade de celebrar este dia surgiu, em Itália, no ano de 1924 e tinha como propósito alertar os clientes bancários da necessidade de canalizar dinheiro para produtos de poupança. Já há mais de 90 anos que se sente necessidade de alertar para a criação do bom hábito da poupança. No entanto, parece que ainda não assimilámos essa importância, pelo que este dia ganha maior relevância.

Em Portugal Estamos Com Poupanças Demasiado Baixas

Sabia que em Portugal estamos com os níveis de poupança mais baixos desde que há registos? Por cada 10€ um português poupa 38 cêntimos! E se a justificação é porque estamos a atravessar uma fase financeira mais difícil e por isso é muito difícil poupar, então, como justificar que no final de 2012, por cada 10€ conseguíamos poupar 90 cêntimos?

Esta diminuição da taxa, de 9% para 3,8%, em apenas 5 anos, é algo que nos deve levar a refletir. Sobretudo, não podemos dizer que não poupamos porque não há dinheiro disponível, pois creio que estamos todos de acordo que nestes últimos 5 anos ganhámos liquidez.

Será Que Os Comportamentos Financeiros Mudaram?

Se não é uma questão de disponibilidade de dinheiro, então, provavelmente é uma questão comportamental. Quando estamos mais “aflitos”, e com incerteza do futuro, poupamos mais. Quando pensamos que estamos numa fase mais expansionista poupamos menos. Este raciocínio revela um comportamento de puro imediatismo. Revela que não queremos estar preocupados com o dia de amanhã, pois há sempre alguém que nos ajudará a ter hoje o que ainda não podemos. No entanto, muitas destas “ajudas” acabam por ser uma prisão que nos limita para o futuro. Mais vale contar com o que realmente temos, e teremos tanto mais, quanto conseguirmos poupar nos momentos de maior liquidez.

Crédito Não É Rendimento Disponível

Muitas pessoas consideram que o dinheiro disponível a crédito, seja com cartões de crédito sejam as contas ordenado, é rendimento disponível. O dinheiro a crédito não é nosso. Teremos de devolver esse dinheiro. E teremos de pagar juros. Qual o sentido que isto faz?

Nota: Artigo adaptado de crónica no jornal Destak

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