No mundo das finanças pessoais tem surgido um movimento que com alguma probabilidade já ouviu falar. Pessoas apostadas em independência financeira. Em mudar as prioridades de vida. Em suma, a colocar em perspetiva o que é importante na vida. Neste artigo vamos falar-lhe do movimento FIRE – Financial Independence, Retire Early. Venha connosco.
O que é isto do FIRE
FIRE fala-nos de Independência financeira que nos permita deixar de trabalhar para viver. Daí o conceito de reformar-se mais cedo, não implicando com isso que se deva focar em ficar sentado em frente ao sofá a fazer zapping. Antes, fala-nos da lógica de deixar de trabalhar por dinheiro porque já temos a capacidade financeira para viver de rendimentos.
Talvez esteja a pensar que isto é um sonho e que não passa disso mesmo. Que é algo impossível. Que nunca irá conseguir, por mais que tente. Porque terá sempre de trabalhar. Porque o salário que recebe é muito curto para as suas despesas, quanto mais para poupar. E depois de poupar, é preciso investir o dinheiro e talvez não se sinta detentor dos conhecimentos necessários para investir.
FIRE exige uma mudança de cultura
As dúvidas do ponto anterior são legítimas. Numa economia em que somos chamados a gastar sempre mais e mais. Em que é mais importante aparentar ter um grande património do que viver de forma mais regrada e frugal. Numa sociedade que valoriza muito quem trabalha muitas e longas horas, colocando em causa a sua saúde e, mais importante, a vida em família, este movimento vem em contra corrente.
Se é contra corrente temos de pensar o que queremos fazer em relação a isso. Já iremos às soluções, porque mais importante do que soluções é a mentalidade que nos leva a tomar determinadas decisões. Perguntamos de novo: o que queremos fazer em relação a isto? Queremos baixar os braços? Queremos partir derrotados? Queremos colocar em causa a nossa vida e a vida da nossa família antes de tentarmos?
Mais uma vez, não podemos defender que este caminho é fácil, porque todos os que o seguiram tiveram de fazer sacrifícios. Mas mais do que sacrifícios foram passos no caminho para o seu objetivo, o que ajuda a colocar o sacrifício e todos os gestos e atos em perspetiva. E isso exige mudar de cultura. Exige pensar naquilo que é mais importante nas nossas vidas. Pensar o que queremos para a nossa vida e para o nosso futuro. Será que queremos trabalhar todos os dias, durante muitas e longas horas para um chefe de quem nem gostamos?
FIRE exige poupança
Para conseguirmos atingir este estado de independência e de liberdade financeira temos de orientar as nossas ações do dia-a-dia para reduzir despesas e, consequentemente aumentar as nossas poupanças. Naturalmente que exige que tenhamos um rendimento que possa ser colocado de parte. Mas exige que cortemos as despesas de modo a maximizar a taxa de poupança. Sim, durante uns anos vai ter de viver de forma mais frugal de modo a aumentar a sua carteira de poupança e de investimento. Mais do que procurar dicas de poupança, vai implicar saber as despesas que são essenciais e sem as quais não consegue viver. E identificar todas as outras. Não precisa de as cortar. Precisa apenas de viver de acordo com o plano que delineou.
FIRE exige investir
O dinheiro de pouco serve se estiver parado na conta bancária. Isto porque perderá valor, fruto da inflação (o seu dinheiro simplesmente perde valor com o passar do tempo, pois irá comprar cada vez menos coisas pelo efeito da subida de preços) mas porque irá estar à espera de ser gasto. E bem sabemos o fácil que é para nós encontrar fontes de despesa. Não sabemos?
Estas são algumas ideias sobre o que é o movimento Financial Independence, Retire Early ou FIRE. Esperamos que tenha ficado claro que para entrar neste movimento temos de ganhar consciência de que queremos mesmo a independência financeira e que isso implica tomar opções conscientes que poderão implicar algum sacrifício. FIRE implica poupar mas, de seguida, investir o dinheiro para gerar rendimentos no futuro. Veja o nosso próximo artigo se quiser perceber como atingir a independência financeira.