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Muitas pessoas não gostam de ouvir dizer que os portugueses viveram acima das suas possibilidades. Esta afirmação pode ser ofensiva se a mesma servir de justificação única para as medidas de austeridade brutais que tivemos de suportar (e que ainda vão durar). Mas não podemos ignorar alguns dados da economia nacional que refletem comportamentos generalizados.

Vamos A Caminho De Mais Uma Bancarrota?

É incrível perceber que, depois da terceira bancarrota de Portugal e dos enormes sacrifícios que todos tivemos de fazer, o Instituto Nacional de Estatística (INE) tenha divulgado que pela primeira vez em 17 anos (pelo menos) a poupança das famílias portuguesas seja negativa! Ou seja, houve mais consumo do que rendimento.

É verdade que o consumo estimula a economia, mas o que se temia está a verificar-se: o consumo está a ser feito à custa do endividamento. Ou seja, consumimos hoje, mas vamos ter de pagar mais tarde e mais caro.

Mais Rendimento Disponível Implicou Mais Consumo e Dívida

Segundo os dados do INE, embora as famílias tivessem mais rendimento líquido disponível houve mais consumo, com especial evidência no setor automóvel que teve em paralelo um crescimento no recurso ao crédito para este fim.

Estes dados devem levar-nos a refletir sobre as prioridades dos nossos gastos e sobre as opções que fazemos com mais dinheiro disponível. Provavelmente, o aumento do rendimento líquido criou condições para algumas famílias poderem ter o empréstimo que no passado recente tinha sido recusado por elevada taxa de esforço. Já percebemos que a Banca nem sempre tem as cautelas devidas. Cabe a nós sermos mais conscientes do que é realmente necessário para uma vida preparada para os momentos de crise.

O Que Fazer?

Perante este cenário, podemos pergunta-nos sobre o que fazer. Será que a dívida é algo errado? Ou será que devemos poupar a todo o custo e não viver? É natural que a dívida pode ser positiva e que o dinheiro serve para melhorar a nossa qualidade de vida. Por exemplo, é notório que o crédito habitação às taxas praticadas atualmente é algo que nos pode fazer poupar dinheiro. E é também evidente que algumas despesas foram adiadas pelos receios quanto à crise. No entanto, não é tão obvio que a compra de automóveis ou o consumo sem regras seja bom para as nossas finanças pessoais.

A nossa sugestão passa sempre por analisar com cautela as nossas finanças e perceber se temos as poupanças necessárias para fazer face a imprevistos. De seguida, perceber se as despesas são assim tão importantes ou mesmo se são prioritárias. Talvez veja mais prioritário reforçar as poupanças para evitar voltar a cair em endividamento… ou mesmo eliminar as nossas dividas. Veja aqui 30 dicas de poupança que podem ajudar no início.

Nota: Artigo Adaptado de Crónica no Jornal Destak

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