Alguns dos hábitos do nosso dia a dia podem estar a estragar o nosso orçamento mensal e nem sabemos que são a causa do nosso dinheiro por vezes mal chegar até ao final do mês. E numa altura em que a inflação está cada vez mais alta este pode ser um verdadeiro problema.
Muitas vezes são pequenas decisões que tomamos sem saber que podem ter impactos que desconhecemos, outras são meramente “não decisões”, ou seja a nossa inércia ou falta de tempo faz com estejamos a desperdiçar dinheiro em vez de o poupar ou gastar acertadamente.
Mas se a causa estiver nos nossos hábitos então há que os identificar e mudar comportamentos.
E vamos dar-lhe uma ajuda a identificar o que pode estar a fazer que afeta negativamente o seu orçamento mensal
Não saber onde está a gastar o dinheiro
Quem é que nunca chegou ao fim do mês e se questionou para onde foi o dinheiro do ordenado? Certamente que já aconteceu a todos. A razão é simples, gastamos sem registar o que gastamos e onde gastamos. Pior, não temos noção do quanto do nosso ordenado podemos de facto gastar, por exemplo, em saídas com os amigos ou em roupa.
Ou seja, não temos um orçamento mensal com as receitas e as despesas por categorias. Se não temos, então a solução é fácil: começar a fazer.
Defina para cada categoria de despesas um montante máximo pode gastar, tendo em conta o seu rendimento. Lembre-se que as despesas nunca podem ser maiores dos que os gastos para estar em equilíbrio financeiro. Se as despesas forem maiores do que o seu rendimento terá de ir buscar dinheiro às poupanças e isso não quer de certeza fazer.
Assim, depois de ter definido o que pode gastar em cada categoria registe durante o mês o que de facto gastou. Vai ver que o dinheiro chega até ao fim do mês.
Comprar por impulso
Este é outro dos maus hábitos que pode estar a estragar o seu orçamento. Passa numa loja e vê uma peça de roupa a um bom preço e compra. Mas se é uma pechincha porque não comprar? Pois não deve mesmo comprar, a menos que seja algo que lhe faça mesmo falta. Ou seja a sua decisão deveria ser sempre “não”.
As compras por impulso são geralmente uma má decisão. E se tiver um orçamento mensal na altura de comprar pensará duas vezes. E provavelmente não o fará.
Antes de comprar use a regra das 72 duas horas. O seu orçamento agradece.
Comprar com cartão de crédito
Ao fazer compras com cartão nem nota que está a gastar, mas de facto está. Comprar com cartão de crédito significa adiar o pagamento e com isso colocar mais despesas no mês seguinte. E se não tiver optado por pagar o saldo em dívida a 100%, significa que ao custo da compra terá de somar os juros, o que será ainda pior.
Lembre-se que os cartões de crédito têm taxas de juro elevadas sobre o montante que permanece em dívida para o mês seguinte . O Banco de Portugal fixa trimestralmente as taxas máximas para os novos cartões de crédito (que pode consultar aqui), mas como estas taxas são só válidas para os cartões que sejam emitidos nesse trimestre, o seu pode até ter uma taxa mais alta. Aproveite e veja no seu extrato que taxa de juro está a pagar pelo montante que deixou por pagar.
A solução é simples. Pague com dinheiro. Quando vir o dinheiro a sair da sua carteira ficará com uma maior noção do que está a gastar.
Não ter um fundo de emergência
Este é um tema no qual temos insistido já em vários artigos. Ter de parte o equivalente a seis meses ou um ano de despesas fixas permite-lhe ter uma almofada financeira se algum imprevisto acontecer e tiver uma quebra de rendimentos.
Mas claro, como o nome indica, um fundo de emergência serve para emergências, e por isso também pode ser utilizado para fazer face a despesas inesperadas como o arranjo do carro ou a substituição de uma máquina de lavar que se estragou.
Assim, se tiver um fundo de emergência pode recorrer a ele em vez de contrair um crédito pessoal ou usar o cartão de crédito. Mas não se esqueça de repor o mais rápido que puder o valor que gastou.
Não deixar alguns vícios onde pode estar a gastar demais.
Fumar, tomar as refeições fora de casa, ir todos os dias do fim de semana a um bar são vícios pessoais onde poderá estar a gastar bastante dinheiro sem se estar a aperceber. Mais uma razão para fazer um orçamento e registar onde gasta o seu dinheiro.
Mas depois é só reduzir o valor que gasta nos mesmos. Verá o seu orçamento melhorar rapidamente (e a sua saúde, no caso do tabaco, também).
Não fazer listas quando vai ao supermercado
Outro dos hábitos que podem estragar o seu orçamento. Se vai ao supermercado sem lista de compras, ou se compra mais do que está na lista, já está a gastar demais e provavelmente em produtos que não necessita.
Planeie as refeições antecipadamente e inclua na lista o que lhe faz falta. A economia doméstica é uma maneira inteligente de poupar dinheiro e não desperdiçar comida. Assim, adote este bom hábito. O seu orçamento agradece.
Não rever os seus seguros
Outro dos temas em que temos insistido. Anualmente reveja as apólices dos seus seguros. Faça uma pesquisa e veja se não consegue as mesmas coberturas pagando menos de prémio se mudar de seguradora. Fale connosco podemos ajudá-lo a poupar nos seus seguros
Não amortizar créditos
Se puder faça-o. A taxa de juro que paga pelos seus créditos é maior do que a recebe pelas aplicações financeiras que fizer. Assim, se puder amortize os seus créditos, sempre baixa os seus encargos mensais.
Fazer poupanças
Não poupe só o que lhe sobrar no final do mês. Ao fazer um orçamento destine logo um valor para a poupança e para a sua reforma.
Não é obrigatório ter o Seguro de Vida no seu Banco
E pode poupar até 60% todos os meses.
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