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Estamos habituados a fazer a distinção apenas entre salário bruto e salário líquido, considerando, e bem, este último como o salário disponível para a base do orçamento mensal.

Mas, o que será o Salário Real? Porque Devemos Atribuir Importância a este Valor?

Quando tomamos uma decisão de consumo, é útil comparar o custo desse bem, ou serviço, face ao salário que recebemos por hora. Isto é, antes de decidir se vou àquele concerto, jantar em determinado restaurante, ou comprar um pacote cereais, convém perguntar: “justifica gastar €25,00 sabendo que recebo, por exemplo, €4,00/hora? Vou precisar de trabalhar quantas horas para pagar estes €25,00?”.

Para chegar ao valor de €4,00/hora, geralmente, fazemos o cálculo com base no salário líquido a dividir pelo número de horas de trabalho mensal (por exemplo: se receber €700 líquidos e trabalhar 176 horas mensais, o salário por hora é €4,00). Mas, a verdade é que para ganhar este valor líquido tenho de incorrer em determinadas despesas necessárias para poder trabalhar, como o custo do passe, do combustível, refeição fora de casa, ou, em algumas profissões, até custos com vestuário. Assim sendo, é mais realista considerar como salário disponível para os gastos mensais, não o salário líquido, mas sim aquilo a que chamamos de salário real (salário líquido menos o valor das despesas para ir trabalhar).

Veja este Exemplo:

Imaginemos que temos gastos de €150/mês só para ir trabalhar. Desta forma, o salário real passa a ser de €550,00 (€700-€150) e o salário por hora, já não é mais €4,00, mas sim €3,125. Este valor do salário real/hora pode ser muito útil como critério antes de decidir por determinada despesa. Repare que €25,00, face ao salário real/hora, implica que terei de trabalhar 8 horas (1 dia completo de trabalho). Justifica-se trabalhar um dia inteiro para poder gastar €25,00 num jantar, num concerto ou nuns cereais? Pode ser que sim, pode ser que não… É uma resposta que cada um deverá saber dar conforme as suas circunstâncias face ao seu salário real e aos seus objetivos financeiros.

Este raciocínio não é para deixar ninguém deprimido porque afinal recebemos menos do que pensávamos, este raciocínio pretende servir como estímulo para uma organização mais criteriosa no orçamento familiar. Quem sabe se um fumador, que consuma todos os dias 1 maço de tabaco, e que receba um salário idêntico ao do exemplo acima, não encontre neste cálculo do salário real um incentivo para eliminar, ou reduzir, o consumo do mesmo? Pois, nesta decisão de consumo, o trabalhador terá de dedicar mais de 38 horas/mês (quase 5 dias inteiros de trabalho) para satisfazer o seu vício!

Nota: Artigo publicado no Idealista

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