Nesta época de festas, presentes e maior proximidade familiar, em que muita gente questiona o que oferecer aos mais novos ou até como fomentar atividades de grupo entre crianças, adolescentes e famílias, lembramos a importância dos jogos. A brincar se pode ajudar alguém a que, de forma divertida e lúdica, vá aprendendo a valorizar a importância do dinheiro e das finanças pessoais, sem ficar com a sensação de estar apenas a ‘decorar’ um conceito abstrato.
É sabido que a forma como o seu filho olha e valoriza o dinheiro depende em muito do exemplo e da educação que recebe, nomeadamente da família nuclear. Se os jovens de hoje estão muito ligados ao digital, às redes sociais e interagem pouco, um jogo – no caso dos de tabuleiro ou cartas – para além de ser diversão pura, pode promover a interação direta entre eles, e é também uma boa maneira de lhes passar informação útil de uma forma leve. Estes jogos, sejam de tabuleiro, ou online, podem, consoante o grau de complexidade, aplicar-se a qualquer pessoa que seja mais desligada destes assuntos, levando-a a focar-se nestas ideias. Há vários jogos, já mais indicados para adultos, que querem treinar as questões ligadas às finanças, investimento e gestão.
Lembre-se destas hipóteses:
Monopólio
O velhinho Monopólio é um dos “clássicos” do segmento de tabuleiro. Criado em 1904, mas publicado na sua versão atual em 1935, o jogo lida com o mercado imobiliário e conceitos como propriedade, arrendamento, gestão da capacidade financeira ou falência. Na sua versão portuguesa, ajudou muitas crianças a aprender nomes da toponímia de Lisboa e Porto. Muitas gerações o jogaram e continuam a fazê-lo: parte da aquisição de propriedades e das recompensas obtidas quando os jogadores adversários calham nas casas alheias. O jogador que fica responsável pelo banco, aprende a fazer contas mais rápido!
O Jogo da Vida
Outro clássico que permite que os jogadores tomem as suas próprias decisões à medida que passam por diferentes fases da sua vida adulta. As opções são muitas e começam antes do jogador mexer o peão: escolhe ir para a universidade ou começar logo a trabalhar? Ao longo do percurso, terão de lidar com as encruzilhadas e escolher um caminho, que pode ser relacionado com a família, carreira ou aventura. Para comprar uma casa maior, por exemplo, as personagens têm de trabalhar, pagar as contas todas e definir o que vão fazer a seguir. A ideia é ajudar as crianças a saber fazer um orçamento, planear gastos e definir metas para o dinheiro.
Sims
Trata-se de um jogo de computador que simula a vida real a partir de personagens criadas pelos jogadores. Tal como na realidade, as personagens têm desejos, necessidades e personalidades. O objetivo é dar-lhes uma vida feliz e satisfazer as suas necessidades, providenciando boas noites de sono, alimentação correta, segurança, uma carreira profissional e relações sociais adequadas. O desafio está no facto de estes alter-egos começarem a sua vida com uma quantidade de dinheiro suficiente para adquirir uma casa pequena e móveis básicos, mas terem de trabalhar para melhorar a sua qualidade de vida.
Wordwall
O Wordwall é mais um agregador online de jogos educativos, que aborda várias temáticas e também a educação financeira. A ideia de muitos deles é tão simples quanto ajudar os mais novos a resolver desafios quotidianos em termos de gestão do dinheiro, identificar notas e moedas e até ensinar a fazer contas. Este agregador tem jogos, livros e desafios para as crianças participarem na economia doméstica, por exemplo, dando-lhes tarefas e obrigando-os a registá-las e a medi-las.
Jogos de simulação de negócios
A partir da década de noventa, houve muitas produtoras de jogos de computador a desenvolverem ideias para treinar a gestão de negócios em áreas como transportes, agricultura, restauração ou hotelaria. Ideias como as de Railway Empire ou Planet Zoo tentam agora cativar as novas gerações para este género de abordagem.
Paga e Cala
É mais um clássico da Majora que há décadas produz jogos familiares em Portugal. O objetivo é gerir os rendimentos de uma família, ao longo do mês, com algumas surpresas. Os jogadores navegam pelo tabuleiro e vão deparar-se com despesas fixas para pagar, compras para fazer e contas inesperadas, tendo de gerir bem o dinheiro até ao ordenado do mês seguinte.
Em conclusão:
As férias, festividades e reuniões familiares são propícias a este tipo de atividade. Porque não oferecer um jogo à família? Sabemos que as crianças aprendem e absorvem, desde muito cedo, o exemplo dos pais. Por isso, dê-lhes exemplos positivos e responsáveis, e lembre-se que é na infância que aprendem a olhar para o dinheiro de uma forma construtiva, estando isso dependente da forma como se apercebem da importância de gerir bem e fazer boas escolhas.