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O investimento através de crowdfunding tem crescido bastante nos últimos anos, com o surgimento e crescimento de plataformas fintech e proptech. Este tipo de plataformas tem permitido a democratização de alguns investimentos que estavam inacessíveis a muitas pessoas, quer por questões de montante mínimo de investimento quer pelo acesso a classes de ativos distintas, como sendo o imobiliário ou os empréstimos a particulares e a empresas.

No caso específico do crowdfunding imobiliário destacamos as seguintes vantagens:

  1. Montantes mínimos de investimento relativamente baixos;
  2. Acesso a uma classe de ativos que estaria vedada a muitos investidores;
  3. Diversificação de riscos, pois podemos investir em diversas propriedades.

De notar que existem alguns riscos:

  1. Risco inerente ao próprio investimento, seja o risco de incumprimento de contratos de arrendamento ou o risco da operação financeira (no caso da compra para revenda);
  2. Risco inerente à qualidade de crédito do promotor do projeto imobiliário, que pode condicionar o retorno do investimento ou a recuperação do capital investido;
  3. Risco inerente à plataforma e ao enquadramento legal de cada operação.

 

É importante ter em conta que estes investimentos tendem a ter associado um prazo fixo e uma reduzida liquidez, embora já surjam plataformas com mercado secundário.

Quem pensar investir é uma opção atrativa tendo em conta a alta taxa de rentabilidade prometida por algumas plataformas? Ou pode não ser bem assim?

Os investimentos podem ser ou não ser interessantes de acordo com um conjunto de fatores. Antes de investir, sugerimos sempre que pense:

 

  1. Objetivos de investimento;
  2. Perfil de risco;
  3. Horizonte de investimento, que está associado à liquidez do investimento.

 

Tendo presente estes 3 fatores, o investidor deverá ter uma carteira de investimento diversificado. Neste contexto, poderá ter diversas classes de ativos, podendo privilegiar o investimento coletivo (fundos de investimento e relacionados). O investimento através de crowdfunding poderá fazer parte da carteira de investimento diversificada, sendo necessário avaliar a qualidade da plataforma, o país e a legislação respetiva, a antiguidade, dimensão e o volume intermediado pela plataforma. Não esquecer que já existiram más experiências com plataformas/fintechs que acabaram por encerrar, deixando as perdas para os investidores. Na prática, devemos olhar sempre para a relação risco/retorno, pois uma elevada taxa de retorno pode esconder elevados riscos.

 

Que percentagem da carteira de investimento se deve alocar a este tipo de produtos?

Sendo produtos ainda numa fase inicial de implantação, sugerimos não alocar mais de 5%-10% da carteira a esta classe de ativos. Se quiser investir mais em imobiliário, existem soluções nos mercados financeiros que podem também ser interessantes, como o caso dos REITs. Finalmente, não esquecer que estamos a entrar num ciclo de investimento que pode ser caracterizado por maiores níveis de risco, o que terá consequências para a carteira de investimento de quem se foca apenas no curto prazo. Não esquecer que o investimento imobiliário deve ter um horizonte temporal mais alargado.

 

João Morais Barbosa
Sócio Fundador e Administrador da Reorganiza

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