Quando é que finalmente baixam os preços é o que todos gostaríamos de saber. Isto porque cada vez que vamos ao supermercado a conta sobe, e temos de gerir o nosso orçamento de forma cada vez mais apertada.
É certo que não têm sido só os preços a subir, os juros dos empréstimos também têm subido, e muito, o que contribui para que nem sempre seja fácil esticar o ordenado até ao fim do mês.
Com a inflação o poder de compra baixa
Claro, como a subida de preços dos produtos não é acompanhada de uma subida idêntica no que ganhamos por mês, com o mesmo ordenado vai conseguir comprar cada vez menos produtos se a inflação continuar a subir. Ou seja, perde poder de compra.
A inflação é a causa da subida das taxas de juro
De facto, o aumento da inflação é a responsável pela subida das taxas de juro. O Banco Central Europeu (BCE) tem vindo a subir as suas taxas diretoras numa tentativa de fazer com que a inflação, na zona Euro, volte ao patamar dos 2%, valor que garante a estabilidade dos preços.
Em novembro a inflação em Portugal foi de 1,6%
A inflação em Portugal tem vindo a descer. Os dados provisórios divulgados pelo INE (Instituto Nacional de Estatística), apontam para que, em novembro, a inflação tenha sido de 1,6%, valor abaixo do 2,1% registados em outubro.
Esta quebra deve-se à desaceleração dos preços dos produtos alimentares, mas talvez não o tenha sentido na fatura das suas compras. Mas sim, a inflação baixou. O que são certamente boas notícias para o seu orçamento familiar.
A tendência de descida vai manter-se?
Essa é uma questão para a qual gostaríamos que a resposta fosse sim. E até é provável que tal aconteça. De uma visão estritamente económica, o preço de um bem depende não só do seu custo de produção, mas também da sua procura. Se o seu preço for alto, então o consumidor tende a deixar de comprar esse produto, comprando um alternativo.
Dito de outra maneira, imagine que o cabaz de produtos que entram para o cálculo da inflação são apenas 2: o arroz e a massa. A inflação é assim determinada pelo valor da variação do preço dos dois produtos. Se o preço do arroz subir muito, vai deixar de comprar arroz e comprar massa em sua substituição. Assim, para que os pacotes de arroz que estão nas prateleiras sejam vendidos, o seu preço tem de descer. E se a massa mantiver o preço, ao descer o preço do arroz, a inflação vai baixar.
O que pode acontecer aos juros?
Tudo vai depender da evolução da inflação. O certo é que quando na zona Euro se atingir o patamar dos 2%, o BCE já tem justificação para não subir as taxas diretoras. O que é certamente uma boa noticia para quem tem empréstimos indexados à Euribor, já que o valor das suas prestações não aumenta.
Como em outubro o BCE manteve as taxas diretoras, espera-se que estas se mantenham inalteradas na próxima reunião que acontece a 14 de dezembro. E se a inflação continuar a descer na zona Euro, vamos esperar que 2024 traga um alívio no seu orçamento.