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No seguimento do artigo intitulado de “O dilema da Consolidação de Créditos”, gostaria de deixar também a minha reflexão. Publiquei um livro sobre Finanças Pessoais, denominado de “Manual das Finanças Pessoais”. Nesse livro, dedico algumas páginas à temática da consolidação de créditos, deixando aqui algumas reflexões:

Gosto bastante do tema da consolidação de créditos, em especial porque é um tema que tem sido olhado por alguns autores de finanças pessoais com grande cepticismo.

Como o João Bastos refere, muito bem, a consolidação de créditos pode ser uma ferramenta bastante poderosa para a gestão das finanças pessoais de qualquer família. Contudo, como em qualquer relacionamento com a banca e com o dinheiro, temos de ter alguns cuidados.

Tendo esta cautela, o potencial ganho com a consolidação é bastante poderoso (agora menos, dado o aumento significativo dos spreads cobrados pela banca).

A Consolidação de Créditos Tem Alguns Perigos. Em Nosso Entender, Serão Dois:

  • Em primeiro lugar, a consolidação como é feita nos dias que correm pode resultar no aumento do prazo médio de pagamento dos créditos mais pequenos (mas com taxas de juro bastante mais elevadas);
  • Em segundo lugar, o alívio financeiro associado à redução do juro médio e ao aumento da maturidade do empréstimo, poderá levar a pessoa a um comportamento irresponsável aumentando novamente o seu endividamento. Ou seja, poderá induzir a mais consumo e a um reforço da espiral negativa de endividamento.

Cientes destes riscos, a nossa abordagem será diferente, procurando aproveitar todo o potencial da consolidação e fugir aos riscos.

Propomos que, quando fizer a consolidação, negoceie a manutenção da sua prestação bancária. Ou seja, a taxa de juro média irá baixar (pois passará a utilizar a garantia do imóvel para pagar o cartão de crédito, por exemplo) o que, tudo o resto constante, resultará na redução da prestação. Assim, por que não manter a prestação mensal, fazendo o ajuste ao nível do prazo do empréstimo? Fará sentido?

Faz todo o sentido.

Poderá incorrer em alguns custos com a escritura. Contudo, a poupança é extraordinária e evita cair no risco de se endividar mais ainda. Aliás, irá ver a poupança na redução expressiva do tempo que demora a pagar a sua dívida. Irá ver-se livre, mais rápido, da dependência bancária… e isso é um incentivo extraordinário, pois induz um acréscimo da sua liberdade.

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