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No dia de ontem, recebemos a notícia que os parceiros sociais e o Estado chegaram a acordo para uma subida do salário mínimo para o valor de 505 euros. Não vou fazer aqui uma reflexão sobre se este é, ou não, um bom acordo, gostava apenas de alertar para uma questão perspetiva que ficou patente nas reações à notícia do aumento do salário mínimo.

Na primeira reação captada pela comunicação social a esta notícia, um jornalista questionou Carlos Silva, o Secretário-Geral da UGT, se este aumento de 20 euros (recorde-se que o salário mínimo estava nos 485 euros) não era manifestamente pouco, uma vez que equivalia a um café por dia (€ 20,00 / 30 dias = € 0,66).

Matematicamente, é uma forma irrepreensível de fazer os cálculos, mas se mudarmos a perspetiva e em vez de dividirmos procurarmos fazer um raciocínio idêntico utilizando a multiplicação, podemos dizer que este aumento do salário mínimo é equivalente a € 240,00 por ano. E € 240,00 não é valor a desprezar. Note-se que, € 240,00 num ano pode ser o equivalente a uma prestação de crédito pessoal, automóvel, cartão de crédito ou até mesmo de um crédito habitação.

Não quero colocar a questão na qualificação deste aumento, se é muito ou se é pouco, quero alertar para a perspetiva do jornalista que revela um olhar sobre este aumento como mais € 20,00 para gastar, quando podemos virar a moeda e ver a sua outra face: “posso poupar € 240,00 no próximo ano, que me servirá para aliviar um mês nas minhas responsabilidades de crédito”!

Falo da prestação do crédito apenas a título exemplificativo, pois podemos fazer corresponder estes € 240,00 por ano a muitos outros gastos que todas as famílias têm. Já fez os cálculos de quanto gastou, neste mês, com o regresso às aulas? E quanto é que gastou de alimentação no seu orçamento familiar? Se precisar de ajuda para controlar melhor os seus gastos utilize esta ferramenta que disponibilizamos por si: ORÇAMENTO MENSAL.

O que me interessa é alertar que, ao contrário do que se ouviu ontem nas notícias, um aumento de 4,12% do salário não é algo que não vá fazer diferença às pessoas que recebem o salário mínimo. Talvez para aquele jornalista, mais um café, menos um café, seja coisa de menor importância, mas quem está habituado a fazer contas à vida sabe que € 240,00 num ano faz diferença. É tudo um problema de perspetiva!

 

 

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